VII Peregrinação Mouca Fátima em BTT

20 e 21 de junho de 2015
Já vai na sétima edição, a Peregrinação em BTT entre Agualva e o Santuário de Fátima, realizado pelo Clube MoucaBTT.
Às 06H30 do dia 20 de junho de 2015, foram 10 bicigrinos que aceitaram o desafio (Paulo Laranjeira, Luís Pina, Pedro Lopes, Henrique Ramos, Manuel Sousa, José Gonçalves, João Pires, Fernando Barreiro, Luís Carvalho e João Paulo), apoiados pela Lúcia e Fernando Lopes.
Partimos do Largo da República, em Agualva, com o propósito de atingir o Santuário de Fátima no dia seguinte pelas 12H00, depois de percorrer cerca de 210 kms fora de estrada.
O 1º dia levou-nos até à Golegã. Com passagem pelo Parque Tejo, onde tomámos o pequeno almoço, Vila Franca de Xira com passagem para a outra margem do Tejo pela ponte Marechal Carmona, rápido abastecimento na reta do cabo, antes de entrarmos nas lezírias. Estávamos com cerca de 70 kms percorridos.
As dificuldades até ao momento eram poucas, apenas um furo nos tirou algum tempo, mas adivinhava-se que daqui para a frente tudo iria ser diferente, o calor estava a aumentar e certamente que iria deixar marcas.
Rolava-se a bom ritmo e rapidamente chegamos à Qta da Foz, onde gentilmente nos foi facultado o acesso. Estava a chegar um dos momentos mais espetaculares desta peregrinação, percorrer os canais de rega existentes nesta propriedade, que nos levariam até Benavente, local também muito simpático. Aqui, já o calor apertava, aproveitamos o sistema de rega da relva para nos refrescarmos. Soube bem mas havia que pedalar. Logo depois de sairmos de Benavente a perna do Laranjeira deu sinal de algum desgaste, abrandou-se o ritmo, para recuperar do esforço. No cais de Salvaterra de Magos, aproveitando o carro de apoio, tratou-se da perna do Laranjeira, resolveu-se mais um furo, e entregou-se uma carteira no posto da GNR, que entretanto encontramos no caminho. Muge estava perto mas o GPS já marcava uma temperatura de 38º.
Pelas 13H30 chegamos a Muge, onde fizemos uma refeição ligeira, no Silas das bifanas. Recuperou-se folego para voltar a pedalar, estávamos com 110 kms percorridos, temperatura de 42º e a 60 kms da Golegã.
Saímos de Muge debaixo de um calor terrível, mas tínhamos de continuar, a povoação de Tapada foi o local para uma breve paragem, encher um pneu, que teimava em vazar e reabastecer de líquidos, no entanto uma indisposição do Sousa levou a que tivéssemos parados mais algum tempo. Voltámos a parar no parque da Ribeira de Santarém, aproveitamos a sombra e reavaliou-se o estado do nosso companheiro. Voltámos ao trilho e a temperatura estava nos 44º, arrasador. Já em Vale de Figueira o amigo Sousa foi descansar um pouco no carro de apoio, enquanto que alguns dos restantes elementos já mostravam também algum desgaste, esta parte do trajeto estava a ser violento, o calor não dava tréguas. Havia que alcançar a povoação da Azinhaga (terra de José Saramago), e lá fomos pelo calor dentro, o GPS marcava 46º, demolidor, tanto fisicamente como psicologicamente. Mas, nem de propósito, os enormes sistemas de rega dos imensos campos de milho, aqui e ali estavam ligados e foi providencial, pois servia para refrescar o corpo e atenuar o efeito da temperatura elevadíssima. Azinhaga estava conquistada, faltavam poucos kms para a Golegã, onde chegamos às 19H15. Exaustos, mas com o ego nos píncaros da lua.
Havia que arrumar as bicicletas, reparar rodas, instalar a malta, preparar o jantar (aqui a Lúcia e o Fernando não deram hipótese, trataram de tudo), descomprimir e descansar.
O amigo Pires, teve ainda tempo para uma indisposição, quebra de tensão com insulação à mistura e fadiga, o nosso "Alberto Contador" estava a passar mal. Descansou, hidratou e assim que ouviu "o jantar está pronto", recuperou num ápice... Vá-se lá entender os atletas de topo. Depois do magnífico jantar, veio um cafezinho e mais dois dedos de conversa e pela meia noite estava tudo no descanso.
O 2º dia começou cedo, pequeno almoço às 07H15, com saída da Golegã às 07H45. Fátima estava a 50 kms. Todos os Moukistas estavam operacionais, a manhã fresca permitiu chegar a Torres Novas rapidamente. Paragem nas Lapas para assistir o joelho do Ramos e café matinal. Pedrogão foi o local para o reabastecimento e em seguida tínhamos a serra à nossa espera. O tempo até aqui corria a nosso favor estávamos dentro dos horários previstos. Começava-se no entanto a notar alguma quebra física em alguns elementos, havia que mudar o ritmo e manter o grupo junto, o nosso "Alberto Contador" (JPires), foi chamado a marcar o ritmo.
O último contato com o carro de apoio foi no Bairro eram 11H00, faltavam cerca de 16 kms. Duas vedações obrigaram à alteração do itinerário e perda de tempo, mais duas paragens por furo, colocava a hora de chegada para além do previsto, mas a motivação era imensa a vontade de chegar aumentava, afinal o Santuário estava mesmo ali.
Às 12H30 entramos no Santuário aplaudidos por familiares e amigos, momento vivido pela sétima vez! Único!
A lágrima no canto do olho; a pele arrepiada; olhar para todos e não ver ninguém; o barulho a passar a silencio; são sinais que só mesmo quem vive este momento é que sabe o quão maravilho é vencer todas as adversidades e romper pelo Santuário com o sentimento de missão cumprida.
Depois da foto de grupo e banho tomado realizou-se o tradicional almoço de partilha. Pelas 17H00 e com a bagagem devidamente arrumada regressamos ao Largo da República.
Agradecimentos:
João Paulo - organização e planeamento da peregrinação;
Lúcia e Fernando Lopes - apoio logístico e acompanhamento em todo o trajeto;
Qta da Foz - cedência de acesso;
Casa da Tia Guida - respira-se simpatia e hospitalidade neste espaço turístico, onde pernoitamos na Golegã;
Familiares e amigos - a todos os que se deslocaram ao Santuário para partilhar com os Moukistas bicigrinos a alegria de mais uma peregrinação cumprida;
A todos os que de alguma forma estiveram connosco em toda esta peregrinação.
Bem hajam.
                                   

8 comentários:

JAGuerra disse...

Após ter lido a cronica fico, ainda mais, ciente de que todos merecem aplausos, não só pela coragem que tiveram mas, pelo muito sofrimento das adversidades, encontradas, dos muitos quilómetros feitos com altas temperaturas. “Não fui convosco mas estive convosco”, acompanhei o vosso percurso, fotograficamente, e cada foto que era publicada, a nostalgia assistia-me e cada like que fazia o sentimento batia forte e redobrava a vontade de, mesmo debilitado fisicamente sentir que também lá poderia estar. Que a dor de cada um se redobre numa dádiva positiva. Abraço do “Moukista sentado”

Anónimo disse...

Caros Moukistas
Mais uma vez fomos em peregrinação ao Santuário de nossa senhora de Fátima. Para alguns pode não dizer nada, para outros será indiferente, mas para mim e acredito que para todos os que estiveram envolvidos nesta peregrinação é algo que gostamos de viver e de sentir, todos estes pequenos contratempos como os furos as maleitas físicas fazem parte de uma "aventura" como esta.
Para mim o dia 20 Junho de 2015 vai ficar marcado como o dia mais difícil que eu alguma vez tive na pratica do Btt, mas também um dos dias mais gratificantes em relação ao companheirismo, entreajuda e o verdadeiro espirito MouKista onde ninguém é deixado para traz, temos sempre uma palavra de apoio e a união que se gera nestes momentos jamais poderá ser esquecida.
Um muito obrigada a todos.
P.Laranjeira

Unknown disse...

Adorei ler a crónica! Vocês merecem aplausos, muito bem . temperatura é foi mau,mas quando à força e vontade tudo se supera,certamente que para próxima estarei convosco,vocês tem um espírito de equipa formidável...abraço a todos.

Unknown disse...

Mais uma grande prova que superámos, onde ficou demonstrada a capacidade de sofrimento de todos (uns mais que outros), o espírito de equipa e entreajuda de toda esta família.

Não queria deixar de agradecer todo o trabalho da organização em planear e organizar todo este evento, bem como o auxilio incansável do Fernando e da Lucia,

Por ultimo, não poderia deixar de falar da reportagem, quase online, que o Carvalho fez, registando todos acontecimentos de importância, já parecia o tour.

Abraço a todos

Moukista PL disse...

Foi sem dúvida uma viagem épica.
As imagens refletem fielmente todas as emoções, sacrifícios e êxitos vividos naquele fim de semana de peregrinação.
Levei comigo a memória de dois grandes amigos que partiram recentemente e a ainda a esperança de melhoras significativas para outro amigo que se encontra em estado grave no hospital, após um acidente de bicicleta, também ocorrido recentemente.
Contudo, importa salientar o espírito de união que envolveu a Família Moukista. No selim de cada bicicleta iam todos os outros elementos da Família, que por uma razão ou por outra não puderam participar.
O meu agradecimento a todos por me acolherem de braços abertos e o desejo que seja eterno este sentimento de partilha e que se estenda a todos quantos se cruzam connosco.
Tal como em outras ocasiões semelhantes, creio que devo retribuir tudo quanto me proporcionaram. Fica a promessa de o fazer da forma que já vos habituei.

Bem haja, até breve.

lino disse...

Parabéns a todos,só os valentes vencem as dificuldades.
Não participei na prova com imensa pena, mas ao ler toda este post tão bem escrito foi como tivesse participado

Cumprimentos
lino marques

João Paulo Gonçalves disse...

Pela 7.ª vez realizou-se a já tradicional Peregrinação da MoucaBtt a Fátima com um novo percurso o maior até hoje, terminando desta vez o primeiro dia na Golegã após cerca de 190 km bastante durinhos e bem quentinhos mas mesmo assim não foram suficiente maus e lá chegamos ao destino às vezes recorrendo a uns duches improvisados que souberam mesmo bem, é de referir as belas bifanas ao almoço no Silas que vieram na melhor altura. Chegados a Casa da Tia Matilde fomos muito bem recebidos e bem alojados um especial agradecimento, esperemos voltar numa próxima ocasião.
No segundo dia lá fizemos os restantes 50 km que faltavam e mais uma vez como de costume lá tivemos uns furinhos e lá tivemos de dar ao pedal para chegarmos à hora marcada para o esperado encontro com a nossa família e de seguida lá fomos à bucha. No final o regresso e chegamos todos bem com a graça de Nossa Sra. de Fátima. Pessoalmente um Agradecimento à Presidência e V. Presidência do Clube pela ajuda na organização e não me posso esquecer do Apoio um Especial Agradecimento ao Fernando e à Lúcia pela ajuda durante a Peregrinação sem eles tinha sido muito complicado pelo clima que apanhamos foram incansáveis. Um Grande Abraço aos Bttistas e Família.
Viva o MoucaBtt.

Clube MoucaBTT disse...

No comentário anterior onde se lê "Casa da Tia Matilde" deve ler-se "Casa da Tia Guida".