V Peregrinação Mouca -
Fátima em BTT
Muito bom dia a toda a família
Moukista, amigos e simpatizantes.
Fomos dezoito, os Moukobetetistas
que este ano quisemos e, nos disponibilizamos a fazer, pedalando, os caminhos
de Agualva ao Santuário de Fátima.
Mais que um sinal de crença
religiosa, a ida a Fátima de bicicleta está-se a tornar uma tradição, uma forma
de socializar, conhecer novos caminhos e desfrutar do gosto pelo BTT junto de
amigos e conhecidos que se acabam por tornar companheiros de aventuras. Se bem
que, por respeito, sinto-me obrigado a valorizar os empenhos dos peregrinos
tradicionais, a ida em BTT tem um cariz especial para os amantes deste desporto
independentemente da sua crença religiosa.
O local de partida foi no Largo
da Republica em Agualva às 06H00, a postura do grupo era a habitual, animação e
vontade de iniciarmos a longa pedalação.
Nota - Vou
colocar, ao longo da narração, algumas fotos que julgo serem as mais representativas
do nosso trajeto.
O briefing já tinha sido feito no decorrer da reunião de
quarta-feira. Reunidos que estavam todos os propósitos, deu-se início à nossa
prova Rainha.
Depois de ter sido tirada a primeira foto do grupo, pelo
Sr. Gonçalves, montamos nas nossas fiéis companheiras e iniciamos a
moukopedalação, a brisa matinal não era a mais simpática, mas a nossa querença
superava qualquer adversidade que adviesse naquela hora, às 07H50 e com 38km
feitos estávamos no parque das nações, junto ao rio trancão, aqui, já esperavam
por nos Pedro e o Hugo, mas também as nossas simpáticas e valiosas apoiantes de
toda a peregrinação, a Eduarda, a Sofia, a Cristina, a Sandra e a Beatriz, com
um pequeno-almoço maravilha, havia de tudo e, alguns não se fizeram esquisitos
e tudo serviu para tirar a barriga da miséria, pouco tempo depois já estávamos a
rolar junto ao trancão, passamos pela Granja e às 09H10 e com 57Km estávamos em
Alverca do Ribatejo para mais uma pequena paragem de assistência de hidratação,
não havia tempo a perder e, continuamos a rolar com passagem por Alhandra, Vila
Franca, Vala do Carregado e às 10H30 e com 78Km chegamos a Vila Nova da Rainha,
esta programada paragem era tão esperada, por alguns, que até a salivação era
visível nos cantos da boca. O presunto que se ia partir era sem qualquer dúvida,
para o grupo, um tónico revigorante de uma qualidade soberba, todos nós fomos
rodeando a mesa, a onde o dito já estava cravado no suporte, mas rapidamente
concluímos que o Hugo não tinha o perfil desejado e, celeremente, por
unanimidade, foi substituído pelo Pires, e bem.

Com rapidez, qb, todos fomos degustando do presunto e acompanhando
com umas minis, já de barriga cheia voltamos a dar ao pedal com o destino a
Valada, mas sem antes termos passado pela Azambuja, já em Valada, no parque
Ollem turismo fluvial, abancamos para o almoço e algum descanso, já tínhamos
feito 99km e eram 11h50, conversamos alongamos e descontraímos, alguns passaram
mesmo pelas brasas e outros foram dar um mergulho ao rio Tejo, as nossas
apoiantes não tinham mãos a medir e a azafama para aprontar o almoço era
notória, a ratatui estava pronta e divinal, não faltava nada naquelas mesas,
nem mesmo a vontade de comer, muitooo, dezoito alambazadas enfardadeiras em
trabalho árduo, o repasto esteve ao mais alto nível.

Estava na hora de
voltarmos aos trilhos, tínhamos, hoje ainda, mais 50km pela frente e com algumas
subidas demolidoras, a aproximação a Santarém foi feita rapidamente mas a
subida foi madrasta para alguns de nós, mas todos superamos este primeiro
obstáculo. Começavam a aparecer mossas em alguns moukistas e problemas técnicos
nas máquinas também, a cadência de pedalação foi diminuindo e ajustada ao ritmo
dos mais lentos, as vozes dos comandos foram fortes e as regras do Clube
MoucaBTT fizeram-se ouvir! Passamos por Advagar, Santos a onde fomos
reabastecidos, Arneiro das Milhariças e finalmente Amiais de Baixo, eram 17H20
e com 149Km. A satisfaçam, de todos nós, era notória, mas o empeno foi grande,
mesmo. Para mim foi a maior etapa, em quilómetros btt, da minha vida.
Depois de uns quantos desabafos, tais como; - ààà eu não
subi porque tu metes-te à minha frente…- eu ia caindo porque a gaita do Ramos
assustou-me, - vão mas é aos treinos e deixem-se de desculpas vazias!!!,
cambada de pil** moles. Estava na hora de entrar no quarto e mudar de
vestimenta, a piscina do hotel esperava-nos, veio mesmo a calhar para a
recuperação dos músculos.
Banho tomado, vestimenta mudada e, todos estávamos em
estágio de pré-jantar, fomos comendo (petiscando daqui, dali, mais uma jola) e
chegou a hora de jantar, vai de darmos continuidade à mastigação e ingestão de
mais uns líquidos acevadados, tudo saía perfeito e o convívio foi-se alimentando
com umas rifas envenenadas, mas saudáveis e descontraídas a onde a jola esteve
sempre presente. A São e o Lino tinham-se junto ao grupo no final do dia, já
eramos 25 Moukistas, todos partilhávamos da boa disposição, até o presidente se
mandou ao chão, não, não é o que estão pensar, foi mesmo porque andou à roda
com um pau e a coisa deu para o torto, ao Tiago aconteceu-lhe o mesmo, mas este
merecia o castigo, já tinha feito umas maldades ao pessoal, o Ramos que o diga.
A noite acabou simpática e às 23H!! começamos a recolher aos aposentos.
- Segundo dia (16 Junho),
começou com a alvorada ao som da gaita do Ramos, eram 07H00 toca a levantar,
havia castigos em atraso, o Pires e o Tiago tinham de mergulhar na piscina às
07H45, e mergulharam.
Às 08H00 tomamos o
pequeno-almoço. A pedalação estava marcada para as 08H30 e assim foi, mas com
uma dificuldade acrescida, o dito sim senhor, estava muito mal tratado (da
muita pedalação do dia anterior) e não queria selim nenhum, mas teve que ser, lá
se foi habitando.

Passamos pelos olhos de água, local bem maravilhoso.
Rapidamente começa-mos a subir, e que subida até Monsanto, mas que fique
registado, - os três cinquentões mantinham-se na frente do pelotão em toda a subida
(nota máxima e com distinção), veio o Covão do Feto e a inclinação do terreno acentuou-se,
cerramos os dentes e todos pedalamos serra de S. António acima até atingirmos o
topo da mesma, aguardava-nos mais um abastecimento e umas quantas fotos do
grupo, o sitio era propício a ambas as situações. Depois de retemperados e
reagrupados veio a grande descida até Minde feita em velocidade estonteante e
arriscada, a adrenalina é inimiga do bom senso. Já em Minde fizemos uma espera
ao pessoal mais radical que quis fazer a descida pelo trilho de trail,
continuava tudo a correr bem, a viagem continuou e estávamos em Covão do
Coelho, mais umas subidasss e já rolávamos junto das eólicas, a partir daqui
tudo seria mais fácil, e foi.

Às 12H00 estávamos, como tinha sido programado, a
entrar no Santuário de Nossa Senhora de Fátima e com 185Km. Não há emoção como
a primeira, é verdade, mas o sentimento o respeito, apodera-se de nós e ficamos
rendidos ao fator humildade. Ainda comovido, mas controlado, cumprimento os
mais chegados e descarrego a alegria e o gozo que, mais uma vez, esta
peregrinação me fez sentir! Esperavam por nos, no Santuário, familiares, amigos
e conhecidos que nos aplaudem e nos brindam com palavras simpáticas e sorrisos,
e que se juntam para tirarmos uma foto de recordação!
Já com o banho
tomado e bem vestidos (t-shirt vermelha) juntamo-nos à família Moukista que já
esperava por nos para o merecido repasto, a onde tudo estava perfeito e nada
faltava, nem mesmo as medalhas para atletas e apoiantes.
Tudo correu bem sem qualquer tipo de incidente ou mesmo
paragem na auto-estrada, e às 18H10 já estávamos na nossa cidade,
Agualva-Cacém.
Agradeço a todos os Moukistas companheiros/pedalantes
desta peregrinação, agradeço as nossas apoiantes de peregrinação; Eduarda,
Sofia, Cristina, Sandra e Beatriz, aos três organizadores; João Paulo, Manuel Sousa
e Mário Filipe, pelo empenho e muito trabalho que tiveram, ao Pres. Paulo
Laranjeira ao Vic. António Araújo, à família Gonçalves e família Marques e a
todos quantos colaboraram e se juntaram ao grupo do Clube MoucaBTT.
Abraço e até para o ano.
Ass: “O Moukista sentado”
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FOTOS 1;
FOTOS 2