Ride BTT de longa acção 2017

Domingo28Maio2017
Ride BTT de longa acção 2017 – Serra Montemor
Saímos do LR eram 08:00, os nove Moukistas apresentaram-se bem-dispostos e crentes que seria uma volta menos dura comparativamente hás três anteriores, razoavelmente podemos pensar desta maneira, pois têm sido de uma dureza media/alta.
Azimutamos para o lado da serra da Carregueira mas rápido saímos para Belas, ladeamos a serra de Belas mas saímos e subimos pela serra da Silveira, na transição de passagem pelo Monumento Natural de Carenque o António Luís não pode continuar, o cepo entregou a alma ao criador, ficou apiado, teve que dar meia volta e regressar. Passamos para o outro lado da CREL por cima do túnel, estávamos em Carenque ao Km9 a uma cota de 130mt, rápido iniciamos a subida de 1km com 100mt de acumulado. Entramos em alcatrão e fomos bordeando Casal de Cambra e Caneças, transitamos mais uma vez para o outro lado por cima do túnel de Montemor, descemos e passamos por baixo da Crel, estávamos com 22Km e à cota de 140mt. As hostilidades da subida foram iniciadas serra acima pedalamos ao ritmo que conseguíamos, a muita pedra solta obrigava-nos a leva-las à mão durante uns quantos metros, já em cima delas pedalamos forte até atingirmos o topo da serra de Montemor, já tínhamos pedalado 26Km e estávamos a uma cota de 352mt. Foi aqui no cocuruto da serra, junto do marco geodésico, que fizemos a paragem para o lancho matinal.
Já hidratados, apreciamos a vasta paisagem e tiramos umas fotos, foi rápido que nos posemos em marcha pois a fresca aragem não estava simpática… descemos serra-abaixo e alcançamos Caneças, por aqui visitamos o Parque das Fontainhas, reabastecemos de água e prosseguimos, ia-mos pedalando por terra batida e alcatrão! Dona Maria viu-nos passar, Casal do Brejo também, as subias e descidas eram fortes, o terreno por aqui é muito irregular e requer sabedoria, força e técnica qb. para ultrapassarmos os muitos obstáculos que consecutivamente aparecem. Subimos até alcançarmos o Belas Clube, descemos para a serra da Carregueira lado Norte, continuamos a descer com a aplicação da muita técnica até o terreno endireitar e alcançarmos Telhal, Recoveiro e mata de Fitares, para terminar serpenteamos as hortas do Cacém e findamos o passeio eram 12:20 no LR de Agualva, mais propriamente na sede do MoucaBTT, com 50Km e um A+1100mt. A boa-disposição do grupo fora ainda suficiente para nos refrescarmos com um sumo de cevada e alguma conversa de relaxe socializador. Abraço do Moukista sentado”  

Sintra BTT - Mais do mesmo! TOP!

Domingo21maio2017
SINTRA BTT, MAIS DO MESMO! TOP!
O passeio deste domingo prometia ser mais um “mais do mesmo”, mas em versão TOP, a promessa cumpriu-se! As dúvidas foram dissipadas pelos sete corajosos Moukistas que às 07:00 partiram para mais uma aventura que prometia ser dura… fora ela ainda mais do que era suposto, pois o track, intencionalmente ou não, estava incompleto! Quando assim é apresentado, algo fica por dizer… era esperado que assim fosse! O pessoal na semana passada entusiasmou-se, e foi dizendo que a volta foi do melhor, e foi..., o Presidente LP quis ser simpático e foi reconhecer mais uns quantos tracks durante a semana, muito obrigado, e pimba toma lá mais um daqueles que vai perdurar durante algum tempo, não pelo empeno, mas pelas fortes e técnicas subidas e descidas, foi brilhante Luís podes continuar com esta linhagem, se possível com um pouquinho mais de dureza!
Saímos para o lado do Cacem e fomos passando por Paiões, Serradas, Albarraque, Linhó, bordeamos Penha Longa, já com 13km fizemos a entrada na serra de Sintra com a cota a 200mt, esta entrada na serra dificilmente poderia ter um grau de dificuldade mais exigente, estávamos numa subida com 20% de inclinação e piso irregular, daqui ao km16 tivemos de subir à cota de 427mt., difícil…de seguida veio a vingança, descida e mais descida até ao km22 foi quase sempre a descer, e que descidas atingimos o Km22 perto de Almoçageme, Covão e Colares. A boa disposição do grupo era, nesta altura, notória. Rolávamos em alcatrão, a inclinação do terreno começava a empinar, pedalávamos ao ritmo que conseguia-mos, passamos por Gigueirós e Eugaria. Já merecedores de uma paragem escolhemos o Parque de Monserrate, espaço de beleza impar, para a fazer, tomamos o lanche matinal e conversamos tudo quanto conseguimos, já hidratados prosseguimos caminho.
Dos 27 aos 37kms foi sempre a subir, estivemos na cota dos 12mt e quando concluída esta subida, passamos a estar à cota dos 425mt, a subida que vinha a seguir era sempre mais penosa do que a anterior, já vinha enjoado de tanta descida invertida. Nos momentos em que estamos com a máquina no red line vamos pensando; porque ando aqui! se vou em sofrimento porque gosto disto! É algo estranho…mas que não podemos passar muito tempo sem ele…Já em alcatrão com o destino a Sintra, virámos à direita e entramos no trilho da rampa da Pena, acho que foi neste trilho que o presidente fez a vontade ao corpo, esticou-se! Estávamos em Sintra, o movimento por aqui é frenético, reabastecemos de água fresca num fontenário e prosseguimos, fomos passando por Chão de Meninos, Rio de Mouro, Cacem e Agualva. Foi mais um passeio, ao mais alto-nível, de aproximadamente 60km e 1500A+, a onde a coesão do grupo esteve sempre presente e a boa-disposição nunca faltou, excepção ao Pedro passou uma manhã menos boa. Ainda tivemos disposição e tempo para tirar uma foto do grupo no LR. Sempre bem por maus caminhos. Até para a semana algures por ai. Abraço do
 “Moukista sentado”  

Alvalade - Porto Covo - Alvalade

Alvalade-Porto Côvo-Alvalade
21-mai-2017
Uma pequena freguesia do Alentejo, 120 kms, 2800 participantes e três Moukistas com muita vontade de pedalar no mais antigo raid de BTT de Portugal que este cumpria a 19º edição, foram os ingredientes para um grande dia, numa grande festa de BTT.
Pelas 9h, deu-se o início desta pedalação para os muitos participantes, que debaixo de um tempo nublado saiam lentamente de Alvalade até começarem a ganhar velocidade pelo espaçamento que começava a surgir entre os muitos Betetistas que percorriam os primeiros quilómetros. Aos 12kms do percurso, passagem pelos arrozais, imagem já característica deste raid e de grande beleza. Começava-se agora de forma gradual a subir, alternando-se com estradões onde era permitido rolar a velocidades de 25-30km/h onde só a areia fazia abrandar ou em alguns casos parar. Após trilhos com passagens por matas eis que aos 39 kms surgia a Barragem das Campilhas, onde os participantes contornaram a mesma pelas margens até chegarem ao 2º abastecimento deste raid. Aqui foi tempo de, absorvidos por um mar de gente, provar as famosas sandes de carne assada que a organização tanto pediu para que esta malta do pedal provasse… Chatice, lá tivemos que seguir este conselho…
Era agora tempo de começar a subir, ainda que de forma alternada com algumas descidas até atingir o Cercal do Alentejo aos 52kms, onde a população aplaudia os participantes de forma efusiva. Tempo para mais um abastecimento e havia agora que enfrentar a principal subida do dia, com cerca de 2 kms a serpentear a serra e que atingiria a cota dos 260 mts. Aqui chegados, havia que descer de forma alucinante por trilhos mais técnicos e de grande diversão até se atingir a Amazónia, zona de trilhos mais densos e verdejantes. Após uma curta incursão pela lama, entramos num singletrack que quando findou, o mar estava à vista… Imagens de grande beleza e que dão um impulso ao pedal do pessoal do pedal, pois Porto Côvo estava à vista. Rolou-se então por estradões com alguma areia e que foram confluir em Porto Côvo, com uma passagem junto ao areal e que após uma subida onde estavam centenas de pessoas a aplaudir, a meta dos 70 kms estava à vista. Foi bastante agradável verificar a festa que aqui se fazia, entre betetistas e respectivas famílias, sendo o BTT a força motriz destes momentos. Após mais um reabastecimento, havia agora 50 kms a separar-nos da meta em Alvalade. Até à meta rolou-se por trilhos e estradões, alguns deles a atravessar quintas e outras propriedades privadas sendo apenas interrompidas pela passagem em algumas freguesias onde pudemos constatar a “azáfama” de uma tarde de domingo, onde os locais munidos de sumos de cevada e malta observavam os betetistas a regressar a Alvalade e os incentivavam, dizendo que “já faltou mais”…
Aos 104 kms e junto a um canal, pedalou-se até aos 110 kms onde se entrou no alcatrão e a sinalização indicava Alvalade em frente. Tempo de esgotar a desmultiplicação na transmissão e alcançar Alvalade aos 118,5 kms, após 1200 mts de acumulado positivo, muito contacto com a natureza e muito convívio entre estes Moukistas e outros betetistas de todo o Portugal. Tempo para uma ultima rehidratação e um regresso a Lisboa…
Uma última palavra para a organização que teve este raid ao mais alto nível, nos mais variados aspectos tais como sinalização do percurso, abastecimentos, apoio mecânico, simpatia e hospitalidade ao longo de toda esta aventura!
Alvalade, até á próxima!

Moukista 51

Sintra TOP


Domingo14Maio2017
“Sintra TOP”
Passavam escassos minutos das 07:00 quando o grupo dos 11 Moukistas saiu do LR, este passeio fora proposto dois dias antes da realização dele pelo Presidente LP. Confesso que foi um track particularmente bem escolhido.
Para quem anda neste desporto, e gosta… obviamente que são sempre manhãs bem passadas com muitos bons momentos, mas este é dê-se-lhe tirar o chapéu, soberbo no cômputo das várias vertentes dele, podemos dizer que até a chuva foi agradável, tudo, mas mesmo tudo se encaixou como peça fundamental do todo! Parte dos trilhos fi-los pela primeira vez, notei que têm sido pouco usados, talvez a razão se deva ao difícil aceso e também por serem muito técnico… os Moukistas não renegaram faze-los. É duro subir serra acima até ao Monge, cota de 490mt., descer aos 50 e voltar a subir aos 350mt.  São subidas muito fortes que requerem técnica e força qb. Com algum custo são ultrapassadas, de seguida vem o alívio, respiramos profundamente três vezes, a carga é solta com rapidez, a nossa disponibilidade é reposta para a próximo desafio. Por hábito a seguir a uma grande subida vem sempre uma grande descida, aqui não foi excepção, mesmo com o piso molhado as descidas foram sempre feitas a rasgar, (puta madre!!!) que cotas tão irrequietos e adrenaliticos, orgulho-me de fazer parte deste grupo…quando damos por nós na cauda de um grupo de jovens equipados de tudo quanto é protetor e bikes com cursos enormes, pensamos estes gajos vão dar-nos um bigode daqueles que nos vão fazer doer a alma! Qual quê…depois do pisca aberto, foi passar por eles sem piedade nenhuma, dos Capuchos à barragem do rio da Mula, f..… até dois raios foram à vida…Tanta conversa e ainda pouco disse do circuito proposto; Saímos e fomos passando por Zambujal, Paiões, Varzea, Moncorvo de Cima, Serradas, Albarraque, Beloura, Penha Longa foi por aqui que entramos na serra de Sintra já com 13Km, as hostilidades da subida iniciavam-se à cota de 180mt e terminavam aos 490 foram 5.5km de dura subida até alcançarmos o Monge, a próxima etapa era descer,  e descemos até ao santuário da Peninha, circundamo-lo, paramos e tiramos a foto do grupo com o cenário de fundo a praia do Guincho.
Subimos, descemos, já tínhamos pedalado 30km estávamos na cota de 50mt, avizinhava-se mais uma forte subida, dos 30 aos 35Km subimos à cota de 340mt estávamos na zona de Gigarós bem próximo de Colares, subimos para os Capuchos onde fizemos o lanche matinal. O percurso feito na serra de Sintra virado para o Atlântico foi continuamente exercido à chuva, não incomodou apenas nos ia refrescando, que a partir dos Capuchos começou a dar tréguas. Descemos bem rápido dos Capuchos para a barragem do rio da mula entramos na quinta do Pisão, Atrozela, Casal do Marmeleiro, Tabaqueira, Vargem Mondar, A dos Francos, Cacem e Agualva. Chegamos a nossa Sede às 12:35 com 60km e 1400mt de A+, cansados e orgulhosos de termos superado mais um forte desafio na fantástica serra de Sintra. Pelas razões que todos sabemos foi um fim-de-semana sensacional; um sábado memorável e uma manhã de domingo TOP. Abraço do “Moukista sentado”



Agualva - Calvário de São Julião

Domingo07maio2017
Agualva-Ericeira-Agualva (Cruz do calvário de S.Julião)
Pouquíssimos minutos antes de iniciarmos a saída, surgiu a pergunta, então onde vamos hoje? Aaa… e se fizesse-mos o passeio que era, mas não foi, para ter sido feito no domingo passado… vamos nisso!
Com um traçado tão sinuoso e comprido, passava a ser uma manhã de actividade física de grau de dificuldade médio alto para os doze Moukistas que compareceram esta manhã no LR. Eram 08:00 quando começamos o proposto, passagem rápida pelas hortas do Cacém e mata de Fitares, os primeiros kms, por hábito são sempre de algum parlepie, mas ontem a conversa tava demais pareciam hímenes agarrados, Santiago…Santiago… pois é, temos que ser compreensivos e pacientes! a primeira vez em tudo cria-nos emoções e gostamos de partilha-las com os amigos, até Meleças parecia o grupo dos amarrados, quando as descidas apareceram acabou a palheta…já tínhamos passado por Meleças, Recoveiro, Barrosa, Fervença por aqui descemos para o leito do rio Cabrela (bosque dos caçadores) atravessamo-lo ao som de musica pesada, que um grupo de pessoal bem-disposto curtia intensivamente, deve ter sido festa durante toda a noite…iniciamos a subida dos 22 aos 25km até à cota dos 200mt. Até Faião e Funchal foi sempre a subir, a paisagem por aqui é digna e deslumbrante até perder de vista, iniciamos a descida para Carvalhal, é uma descida técnica e trepidante que o grupo gosta de fazer mas que requer cautelas! Ainda no Carvalhal viramos à direita e entramos no trilho dos mortos, aqui havia que termos bastante cuidado, é um trilho muito técnico o lado direito dele é quase sempre uma ravina que não contempla descuidos! Foram 3 kms de carrocel sobe e desce, confuso para alguns de nós, passamos por Moucheiras e Cerradas, desembocamos no rio Lizando tivemos que fazer a travessia dele com água pelo joelho, teve de ser o proposto era esse. Durante uns quantos km serpenteamos o trilho paralelo ao Lizandro, para alcançarmos a Carvoeira foi preciso muito esforço, a extensa subida era ingreme e comprida, descemos para Valbom, pouco depois paramos na Cruz do calvário de S.Julião, e fizemos o lanche matinal, tiramos a foto do grupo e continuamos. O proposto circuito a partir de agora era o regresso que se adivinhava complicado, bordeamos Barril de Baixo e iniciamos a primeira de muitas subidas,  viramos à direita e entramos nos trilhos próximo do Oceano.
O sobe e desce era constante até alcançarmos Catrivana, alguns de nós começavam a dar sinal de algum desconforto, não era caso para menos, mesmo bem preparados, esta volta era dura de roer, transpusemos o pequeno leito do rio junto da ponte romana, veio mais uma grande subida com cota a 190mt aos 39kms. Fomos passando por S. João das Lampas, Codiceira e A-do-Pipo, até aqui foi sempre a subir. O grupo começava a sentir que a proximidade de Agualva estava a acontecer, próximos de Vila Verde ainda houve necessidade de resolver um furo, aproveitamos a paragem para hidratação, atravessamos Vila Verde para mais à frente desembocarmos em Ral, fizemos a reta de Campo Raso quase na totalidade, mas ainda antes de a concluirmos viramos à direita para A-dos-Ralhados, Sacotes, Merces, Mira Sintra e Agualva. Já passava das 13:00 quando concluímos o passeio com mais de 60km e a rondar 1200mt de acumulado positivo. O empeno foi grande… mas a malta gosta mesmo é disto; sofrer e sofrer até não poder mais! Mais uma vez a coesão do grupo esteve num patamar elevado. Até para a semana, fiquem bem com um abraço do
"Moukista Sentado"

Caminhos de Santiago 2017

Crónica II Caminhos de Santiago MoucaBTT

Aos 29 dias do mês de Abril do corrente ano, 9 Moukistas rumaram à Sé da cidade Invicta, para darem início aos II Caminhos de Santiago MoucaBTT.
Esta crónica pretende retratar o caminho percorrido e as emoções por sentidas, ainda que este vosso Moukista tenha a certeza que não vos conseguirá retratar na totalidade e assim fazer juz ao que também ele sentiu… Paisagens deslumbrantes, gentes hospitaleiras, amizade, diversão, espírito de superação e coesão, sentimentos que tornaram estes dias uma experiência inolvidável e certamente a repetir!

1º Dia: Porto (Sé) – Ponte de Lima

Pelas 8h, os 9 Moukistas reuniram-se na Sé do Porto para a primeira etapa dos II Caminhos de Santiago MoucaBTT. 3 dias de pedalação e aproximadamente 250 kms separavam estes bicigrinos do objectivo proposto.
Após os preparativos iniciais (preparação das bicicletas e logística de apoio), sentia-se uma “ansiedade” gerada pela expectativa já transmitida por outros Moukistas que realizaram estes caminhos em 2016, assim como alguns que neste grupo os iam realizar pela 2ª vez. Era agora tempo para contactar com inúmeros clubes de BTT que se propunham a pedalar para o mesmo objectivo. Após a tradicional bênção dos bicigrinos e desejo de Bom Caminho, iniciava-se a pedalação para sair do centro do Porto e rumar em direcção à Maia. Até lá, este Moukista teve oportunidade de ir servindo de guia, pois a sua terra Natal encontrava-se à vista…
Após a passagem da Maia, estando agora com 17kms percorridos e a entrar-se em Vila do Conde, primeira e única paragem técnica, com um furo na bike do Pires. Rapidamente resolvido, o grupo rumou junto a campos agrícolas até ao primeiro abastecimento do dia, no Mosteiro de São Salvador de Vairão em Vila do Conde. Deu ainda tempo para a primeira selfie do dia (na ponte romana dobre o Rio Ave) com um grupo de ciclistas franceses, também eles bicigrinos e que voltaram a aparecer na crónica lá mais para o seu final.
Após um breve aconchego e o primeiro de muitos carimbos nas nossas credenciais, o grupo ia agora, a gradualmente embrenhando-se cada vez mais em trilhos e povoações de grande beleza. Após passagem por São Pedro de Rates e a sua bela igreja, a qual foi contemplada pelos bicigrinos aquando da paragem para carimbo, já o grupo “cheirava” Barcelinhos, local onde se deu a paragem para o almoço, com um licor de café que alguns elementos referiram como “potência adicional” para a pedalação que estava reservada para o período da tarde.
Agora, já nas belas paisagens típicas do Minho foi tempo de pedalar pelas localidades de Vila Boa em direcção a Tamel (São Pedro Fins) onde se encontrava a subida até aos 198 mts de cota, em Tamel de São Fins. Daqui em diante, o grupo encontrava-se na porção final do caminho em direcção a Ponte de Lima, faltando apenas vencer a ultima subida do dia à cota dos 180 mts.
Após passagem por Aborim, Balugães e Vitorino de Piães a bom ritmo, fruto da elevada motivação do grupo e também de alguma “motivação externa”, já a Vila de Ponte de Lima se encontrava à vista, sendo agora tempo de rumar ao Posto da GNR, local onde fomos acolhidos de forma hospitaleira pelos seus agentes, aproveitando depois para desfrutarmos do típico sumo de cevada e malte e por fim cuidar das nossas bikes para o dia seguinte.
Percorridos 91 kms, com um acumulado positivo aproximado de 1285 mts era agora tempo de repousar e desfrutar da boa gastronomia local e retemperar forças.

2º Dia: Ponte de Lima – Pontevedra

O dia amanheceu escuro e frio, fruto das muitas nuvens, as quais prometiam chuva, tendo mesmo caído com rigor durante a noite. Ainda assim, munidos dos respectivos impermeáveis, o grupo estava com a moral em alta, estando programados 92,5 kms de pedalação e cerca de 1500 mts de acumulado positivo. Alguns Moukistas diziam agora aos restantes, que as partes mais bonitas do Caminho Português de Santiago estavam agora a momentos de serem percorridas.
Após a despedida dos agentes do Posto da GNR de Ponte de Lima, e já munidos das nossas “binas”, atravessou-se a ponte da Vila de Ponte de Lima em direcção a Arcozelo.  
Aqui, foi tempo para primeira de muitas selfies do dia, antes de se iniciar a subida de Serra da Labruja, primeira dificuldade do dia. A entrada na Serra da Labruja vai inicialmente cruzando trilhos por entre vinhas e arvoredo até se começar a subir para algumas das suas povoações. À passagem de todos os peregrinos que percorrem estes caminhos, fomos sendo reconfortados por palavras de incentivo e acolhimento as quais nos faziam sentir ainda melhor ou não estivéssemos já nós rendidos à beleza dos trilhos e paisagens circundantes. Após carregarmos ao colo ou às costas as nossas bikes, eis que estávamos na Cruz dos Franceses, momento este para uma selfie e “dois dedos” de salutar conversa com outros bicigrinos, retomando-se o caminho até ao topo desta serra (cota dos 410 mts) onde se recordou também fotograficamente este momento. Neste momento, já com 15 kms em subida contínua, o frio era algo que já não nos assistia.
Descemos a Serra da Labruja em direcção a Romarigães e Agualonga, numa descida técnica e de grande beleza, bem ao gosto do grupo. Era agora tempo para o primeiro abastecimento do dia junto a Rubiães. Retomamos o nosso caminho e o sentido ascendente do mesmo até à localidade de São Bento em Paredes de Coura (cota dos 275 mts), sendo agora tempo de rolar por Fontoura, Pedreira, Conguedo até entrarmos em Valença e no seu símbolo, a sua Fortaleza. Tempo para a última foto em Portugal a qual foi rapidamente interrompida pelos primeiros pingos de chuva que para os lados de Valença eram por sinal, bem grossos. Face a isto, os Moukistas rumaram de forma “decidida” ao almoço, percorridos estavam cerca de 40 kms.
Após um bom almoço, era agora tempo de rumar a Espanha, passando pela ponte de Valença, vislumbrando-se Tuy e a sua Catedral de Santa Maria de Tuy do ano de 1180, condignamente conservada. Saímos de Tuy junto ao rio Minho e rolamos até entrar novamente em bosques que nos conduziriam até à zona industrial ou polígono como dizem os “nuestros hermanos”, numa recta praticamente a perder de vista e que nos levaria até O Porrino. Aqui, após um breve reabastecimento, iniciaram-se 20 kms com duas subidas com cotas de 226 e 170 mts em Vilar de Enfesta e Eido dos Mouros respectivamente. Durante uma das ascensões deste percurso de serra, e apesar do grupo estar a “fugir à chuva”, houve ainda tempo para um breve mas intenso período de granizo o qual fez com que os Moukistas tivessem de procurar abrigo na vegetação por momentos.

Penso que será importante referir que nesta tirada, as paisagens foram de grande beleza, fosse pela serra em si, mas também pelas vistas sobre a baía de Vigo.
Ultima paragem do dia após a passagem em Redondela, iniciando-se os últimos 20 kms do dia, faltando contudo, ainda uma subida à cota dois 160 mts, a qual teve início após Cruceiro de Souto. Aqui estávamos novamente em serra, numa ascenção técnica face às grandes pedras que constituem o caminho mas que não foi nada que impedisse o grupo de a realizar montado a sua quase totalidade. Tempo de descer por calçada romana até Bergunde e posteriormente rolar pela estrada nacional até se atingir Pontevedra, perfazendo-se assim neste segundo dia cerca de 93 kms, com um acumulado positivo de 1500 mts aproximadamente. Era agora tempo de todo o grupo disfrutar do merecido descanso. Pelas 19h, tempo para uma caminhada por Pontevedra e repasto com umas tapas (sugestão do Moukista António) no centro histórico da referida cidade, centro esse que não foge ao que vinha já sendo costume nestes Caminhos de Santiago, de grande beleza! Regresso ao hostel e após um “petisco”, um incremento de proteína digamos, os Moukistas rumaram ao travesseiro já com um sentimento de saudade antecipada pois Santiago já estava perto…

3º Dia: Pontevedra – Santiago de Compostela

Para este terceiro e ultimo dia dos Caminhos de Santiago estavam programados cerca de 68 kms de pedalação com um acumulado positivo a rondar os 900 mts. Após arrumar as malas e bagagens os Moukistas tiveram o primeiro contacto com o amanhecer que se apresentava nublado e frio, com temperaturas de 1º C a fazerem-se sentir nas primeiras pedaladas, rumo ao centro de Pontevedra, seguindo depois para trilhos por entre bosques, onde a coloração verde emergia por entre a neblina, dando energia aos Moukistas que se deleitavam com os mesmos. Após uma paragem em Valbón para um “café solo” aos 12kms e respectivo carimbo, era agora tempo de entrar em trilhos que alternaram entre estradão e singletrack, junto e por vinhas, tendo neste momento se dado a segunda paragem técnica dos três dias… a bicicleta do Pires queixava-se com um raio partido. Rapidamente resolvido, era tempo de ir até ao primeiro abastecimento em Caldas de Reis, tendo antes passado pelo mercado de rua, onde os transeuntes saudavam os bicigrinos e lhes desejavam Buen Camino. Após um breve abastecimento o grupo apercebeu-se do bom ritmo que levava, tendo aproveitado partes do percurso que ligava Caldas de Reis a Padrón para a interacção com peregrinos, muitos deles portugueses e na voz do Moukista António e deste vosso escriba convidar os mesmos a consultar o facebook da MoucaBTT e fazer like claro, ao que os mesmos respondiam de forma positiva!
À passagem por O Cruceiro, iniciava-se a ascensão até ao ponto mais alto da manhã, à cota de 170 mts. Aqui, agentes da Guardia Civil convidavam os peregrinos a parar para carimbarem a credencial! De facto, os Caminhos de Santiago fazem parte das populações por onde estes passam e é salutar observar que todos se envolvem para que a experiência se torne inesquecível.
Também os trilhos que agora se seguiam, foram inesquecíveis, uma montanha russa e um serpentear que desaguaram em Pontecesures, povoação que antecedia a paragem para almoço em Padrón. Chegados a Padrón, tempo para um sumo de cevada e malte e ainda o reencontro do Pires com um seu colega de longa data, mostrando que para a MoucaBTT tudo é possível, mesmo internacionalmente! Cumprimentos trocados era hora do almoço, pois para a tarde estava prevista a maior subida do dia, subida essa que conduziria a Santiago.
Após o repasto, o grupo apontou baterias para Santiago e iniciou a pedalação por trilhos semelhantes aos da manhã, isto é, de grande beleza, subindo até à povoação de A Rocha Vella para depois descer por pontes e calçadas romanas e enfrentar a subida até à cota dos 260 mts, já dentro de Santiago de Compostela, restando agora rumar à Catedral e nesse espaço se firmar a amizade, o convívio, a diversão e prazer que os Caminhos de Santiago deram ao grupo, mas também o espaço para a reflexão, o autoconhecimento individual e a superação e perseverança necessárias para realizar esta peregrinação que foi épica a julgar pelos sorrisos e comentários dos 9 Moukistas! Tirada a selfie da praxe, eis que surgem os nossos amigos franceses que connosco tiraram a foto de grupo em Vila do Conde. Também aqui houve espaço para troca de emoções e felicitações entre ambos os grupos.

Era tempo de entregar as credenciais de Peregrino e aguardar o respectivo certificado a estes 9 bicigrinos, restando agora tempo para melhor conhecer a Catedral de Santiago e os seus espaços circundantes.
Terminada esta aventura/peregrinação, iniciou-se o rumo a Portugal para estes 9 Moukistas, de coração cheio e orgulho no desporto que praticam, desporto esse que gera sensações individuais inigualáveis mas que quando potenciadas num contexto de grupo atingem patamares únicos!
Por fim, este vosso Moukista pensa ser importante destacar a excelente marcação de todo o percurso, possibilitando esta experiência a qualquer pessoa que assim a queira desfrutar, mesmo sem recurso a GPS.
Resta agradecer o envolvimento de todos os que, directa ou indirectamente tornaram possível estes II Caminhos de Santiago.